Evangélicos fazem campanha pela internet para que NÃO vença enquete do Senado. Eles estão ganhando
11/6/2009
A enquete publicada no site do Senado que pergunta "Você é favorável à aprovação do projeto de lei (PLC 122/2006) que torna crime o preconceito contra homossexuais?" fez um tal de "Internautas Cristãs" criar uma campanha para que o "NÃO" vença. Pelo andar do resultado, até aqui, eles estão conseguindo. O "NÃO" está vencendo com 61% contra 39% do "SIM". O texto dos evangélicos que pede para que seus seguidores votem no "NÃO" diz que caso a lei antidiscriminação seja aprovada, "estaremos institucionalizando em nosso país o sistema de castas e todos aqueles que não forem homossexuais serão considerados cidadãos de segunda classe". O texto termina dizendo que "Os movimentos gayzistas querem calar a Palavra de Deus. Não permita!".
Fonte: Mix Brasil
Enquanto isso, a comunidade gay parece não reagir a esse temerário conservadorismo. Se você quer reagir, clique AQUI e vote.
Quem é o inimigo?
A discussão sobre a criminalização da homofobia é uma afronta ao ser humano e seu direito a liberdade. Essa discussão, já começa errada, pois o legislativo não tem nenhuma vontade política de garantir punições contra uma violência que faz parte da cultura brasileira (para não falar mundial). Para piorar, os parlamentares, em grande número representantes de igrejonas e igrejinhas, não querem por a cara a tapa por causa desse tipo de projeto que afronta os baixos dogmas cristãos (evangélicos, especialmente).
Os crentes (todos) não estão dispostos a questionar a hipervalorização da família numa época em que não mais há respeito pelos indivíduos. É impensável retornar ao passado, em que a mãe (algumas delas eram gays) cuidava de todos os membros da família (alguns deles eram gays) e o pai era o provedor material do lar (alguns deles eram gays). Hoje, o processo produtivo empurrou a maior parte das mulheres para o mercado de trabalho. As que não trabalham fora sentem-se, muitas vezes, desvalorizadas e inferiorizadas. Algumas mulheres preferem a opressão do trabalho remunerado a ter que cuidar da casa e dos filhos. Atualmente, é viável ter alguns filhos, trabalhar fora, receber baixos salários, não realizar tarefas domésticas e viver dentro dos padrões do consumo. Cabe nesse cotidiano, inclusive, cursar a escola noturna (fazer amigos na escola) ou fazer um curso superior - pago, certamente - e gastar com isso boa parte do salário. Mas nem o trabalho remunerado traz satisfação, nem a ausência do lar, nem a maternidade (ou paternidade), nem o consumo, nem a instrução (não vamos chamar o que temos hoje de educação). Mas tem algo mais nesse cotidiano: o culto religioso. Ele traz uma falsa satisfação que nenhuma outra atividade pode trazer. A religião tem hoje a tarefa de aliviar os trabalhadores do fardo diário que carregam. A religião afirma que todo o sofrimento se transforma em valores para a redenção. Os crentes não admitem a existência de pessoas que fogem do sofrimento, mesmo que seja pelos poucos instantes de duração do gozo. A opressão contra os gays é tamanha ainda hoje que há pessoas (algumas delas crentes) realizando seu prazer homossexual apenas no rápido tempo do orgasmo!
Diante dessa realidade cruel, a igreja incita os crentes à barbárie, à luta de uns contra outros, de reprimidos contra oprimidos. Nesse duelo, crentes (alguns deles gays) atacam gays (alguns deles crentes) movidos pelo ódio que fundamenta a religião. É uma guerra em que caminhar para a liberdade pode levar à destruição e não à felicidade. Para acabar com isso, o ser humano precisa se libertar do jugo dos idealismos e tentar enxergar o outro ser humano a sua frente. O caminho à liberdade não tem volta.
(Libertário)

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