A pós-modernidade gerou um ser monstruoso que vive a perambular pelas Universidades públicas brasileiras. Há trabalhadores oprimidos no processo de produção capitalista que andam vomitando insanidades pelos jardins de marfim. Sabe-se que nem só de burgueses vive tais instituições, mas o individualismo e a cegueira do mundo pós-moderno parece obscurecer a visão dos pobres.
Acadêmicos que dividem seu tempo sendo também trabalhadores juntam-se às classes dominantes para engrossar o caldo fétido da meritocracia e da supremacia branco-burguesa. É escandaloso ver gente pobre indignada com as cotas para negros. Quem tem que ficar indignado são os ricos, que tem que ir procurar as PUCs e tem que economizar nas suas bolsas Louis Vitton e nos acessórios do seu Audi.
Que se fodam os não-cotistas! Parecem zombar de questões muito mais urgentes: os trabalhadores não têm bolsa porque entram com mais de 24 anos nos cursos superiores, não publicam livros e não vão à eventos de expressão porque têm que trabalhar. Essa sim é uma palavra que não desce na garganta da burguesia, porque trabalho pra eles passa longe de uma sala de aula imunda, fétida e barulhenta num bairro pobre e longe de tudo, passa longe de longas horas registradas num cartão ponto ou de uma casa suja, cheia de gente malcriada e hábitos asquerosos de consumo.O professor, o operário e a empregada, pra verem-se livres dessa gente rica (e dos pobres metidos a defender as liberdades), precisam estar numa faculdade de péssima qualidade, num curso noturno, esperando alcançar um futuro melhor... que está a demorar.
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