Nicolau Saião
Não apenas a música
mas o som
o ruído que envolve
o oculto grito
Não o nome somente
mas vestígio
o timbre recordado de seu
espaço
Não apenas figura
mas silêncio
silhueta ou contorno
na memória
Não o medo ou o azougue
sobre esta carne morta
Mas um vívido traço
ainda que incompleto
Mas singeleza como
um corpo inconformado.
(In: "Onze Degraus - 7. Resistência")
Nicolau Saião, pseudónimo de Francisco Ludovino Cleto Garção, nasceu em Monforte do Alentejo (Portugal), em 1946. Foi meteorologista, jornalista e escriturário. Poeta, artista plástico e publicista, foi por 14 anos o funcionário responsável pelo Centro de Estudos “José Régio” de Portalegre.
Empenhado civicamente antes e depois do "25 de Abril", teve o seu trajeto condicionado pelo regime fascista. De orientação democrática e libertária, foi também um resistente através da sua escrita e da sua ação, mas sem obrigatoriedade partidária ou de escola literária. Tem colaboração em jornais nacionais (República, Diário de Lisboa, O País, Sporting, Espaço Médico, etc.) e regionais (Jornal do Fundão, O Distrito de Portalegre, A Nossa Terra, Jornal de Paços de Brandão, Correio Beirão, Jornal de Queluz, Correio de Elvas, Diário do Sul, Notícias de Elvas, O Zurão...).
Com Ruy Ventura e João Garção coordena o suplemento cultural FANAL, publicado no semanário “O Distrito de Portalegre”.
Livros: “Os objectos inquietantes”(Editorial Caminho), “Flauta de Pan”(Ed.Colibri), “Os olhares perdidos”(Universitária Editora), “Assembleia geral”(edição Bureau Surrealista Alentejano), “Os labirintos do real” – com Carlos Martins (idem), “Passagem de nível”- teatro (edição do autor, patrocinada pela Região de Turismo de S. Mamede).

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