quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Lei Antifumo de São Paulo

A iniciativa do governo paulista é louvável.  Reduzir o número de pessoas afetadas pelo tabagismo é necessário.  Entretanto, num país marcado pela imoralidade, é sempre bom pensar quais são os imperativos por trás da nova lei antifumo.  Em primeiro lugar, há o interesse político.  O governador José Serra almeja ser presidente da república e todos conhecem seu repetitivo discurso sobre os genéricos.  No governo FHC, com o sistema público de saúde falido, o então ministro Serra, implementou os genéricos, para que a população pudesse comprar seus remédios a preços mais baixos.  A lógica daquele governo era a de reduzir os investimentos públicos na área social.  Toda a população foi beneficiada, assim como a indústria farmacêutica.  Muitos votos foram capitalizados também.  Hoje, Serra é o governador que cuida da saúde dos paulistas.  Estão sendo criados os AME's (Ambulatório Médico de Especialidades) em algumas cidades do estado, foi implementada a lei antifumo, e tudo isso gera dividendos eleitoreiros para o candidato.  Isso tudo será usado na campanha dele a presidência.  Não importa as implicações da lei e as deficiências (infinitas) do sistema público de saúde.  A realidade não aparecerá nos programas políticos.  Também não será mostrada a situação de total opressão em que se encontram os trabalhadores da educação no estado de São Paulo.  As cartilhas da Fundação Vanzolini estão aí, sendo implementadas a todo custo nas escolas.  O Novo Currículo Oficial do Estado de São Paulo foi imposto sem a participação dos professores na sua elaboração.  As coisas continuam sendo empurradas de cima para baixo por esse governo, que agora vai dizer que está resolvendo o problema do tabagismo.  As leis nada mudam se as pessoas não estiverem envolvidas e empenhadas na resolução dos problemas.  Os fumantes não podem ser considerados os demônios dessa história em que o inferno é a indústria do tabaco.

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