quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Abandono infantil: o processo produtivo põe em xeque os valores da família burguesa

As crianças de hoje sequer tem noção do que estão perdendo. Ao contrário do que muitos pensam, a infância tem se tornado um período de sofrimento para a maioria dos menores. Grande parte das brincadeiras se relaciona ao consumo de produtos eletrônicos, cada vez mais individualizados. Jogos coletivos, ao ar livre, estão se tornando raridade. Muitos pais preferem as atividades desenvolvidas na segurança do lar. Entretanto, essas atitudes podem atrapalhar o aprendizado dos filhos, que precisam aprender a conviver com outras crianças em momentos de lazer. Não é só na escola que deve haver interação. A socialização é um processo amplo e ininterrupto. Além disso, o excesso de controle sobre o cotidiano infantil tem como resultados a falta de limites e o crescimento da indisciplina escolar. As crianças precisam umas das outras para elaborar hipóteses sobre o mundo e para utilizar seu repertório de descobertas, especialmente, o exercício da linguagem falada e escrita.


O modo como os adultos lidam com as dificuldades do dia-a-dia repercute diretamente nas relações familiares. A necessidade de trabalhar cada vez mais, o ingresso em massa das mulheres no mercado de trabalho e o desgaste físico e mental dos provedores do lar são fatores que levaram os pais a deixar seus filhos a sós durante muito mais tempo. Até mesmo quando chegam em casa, não há disposição suficiente dos adultos para suprir a necessidade de atenção das crianças.

Diante disso, é imprescindível desvendar e conhecer mais sobre a rotina da população infantil em nossa sociedade, nos diversos níveis sócio-econômicos, para compreender como o sofrimento infantil causado pelo abandono e pela solidão pode ser enfrentado.

(Libertário)

Cena do Filme Au revoir, les enfants. (Adeus, meninos)

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