- Liberdade
- Igualdade
- Dignidade
- Participação
- Felicidade
Até que ponto essas palavras materializam-se verdadeiramente no cotidiano da população trabalhadora? A ideologia burguesa não cessa de veicular discursos de progresso que fazem parecer a vida proletária menos miserável do que é. A quem interessa manter a ordem capitalista, e necessariamente, racista (como denunciava Malcon X). Não é possível que alguém possa enxergar a população negra gozando de liberdade, igualdade, dignidade, sendo feliz numa democracia que estimula a participação de TODOS. Quem enxerga isso acontecendo está doente, corrompido pela praga do egoísmo burguês. Os negros estão, ainda hoje, acorrentados à herança histórica que os lança aos inferiores degraus da miséria e do preconceito. Negros e brancos pobres são iguais na pobreza mas o peso da cultura discriminatória é maior sobre os negros. Dizer que a escravidão acabou é fácil; difícil é pensar numa vida inteira expropriado até mesmo do corpo, como eram os escravos que construiram essa pátria que não cansa de orgulhar-se da sua "tolerância" e da sua mestiçagem.
A verdade é que o branco burguès continua humilhando a população negra proletária. O bom negro para a sociedade tolerante é o que se transfigura num branco de valores burgueses.
A revolta branca contra as cotas entra em choque com a esperança negra de entrar na torre de marfim. Fazem de tudo contra porque não aceitam a presença dos negros entre eles. As relações interraciais devem continuar, para os reacionários, comportando o imenso abismo social que separa os indivíduos.
Não é para menos que a decisão judicial de considerar as cotas nas instituições públicas de Ensino Superior constitucionais tenha contrariado tanto o defensor da reação, o amigo da PM, o deputado carioca Flávio Bolsonaro (PP).
Vejam o que está escrito na sua página de apresentação da ALERJ:
Acredita que políticas assistencialistas somente concorrem para dependência das populações mais carentes e favorecem a relações promíscuas envolvendo a liberação de recursos públicos e o processo legislativo.
Outro dos pontos sobre os quais é dirigida sua atuação parlamentar refere-se ao atual sistema de cotas para ingresso nas Instituições de Ensino Superior, em especial no que diz respeito aos critérios raciais - pelo entendimento de que este enfoque não permite a correção dos desajustes e virtude dos quais foi estabelecido e, ainda, ao ser aplicado, enseja equívocos e injustiças.
VIVA OS NEGROS!
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