sexta-feira, 25 de junho de 2010

Voto Nulo: nas eleições gerais e dos sindicatos “oficiais”

(publicado em Aurora Obreira, n. 4, jul.-ago. 2010)

No Brasil, ocorrem de 2 em 2 anos, eleições gerais para cargos na administração pública. Neste ano teremos eleições para presidente, governadores, deputados federais e estaduais. Em todo o caso, as plataformas políticas dos diversos partidos são muito parecidas, já que estão submetidos a regras comuns para existirem e com isso, não se espera muito nem da esquerda e nem da direita em sentido de mudanças revolucionárias. O sistema eleitoral consolidou o sistema político que sustenta o modelo capitalista.

A COB-AIT desde sempre, entende que o sistema eleitoral só consolida a política partidária, parando e dividindo nossa gente oprimida e explorada. A luta direta, autogestão das fábricas e campos e federalismo revolucionário são nossas propostas de luta, e baseados nelas, apresentamos a Campanha de Voto Nulo, apresentando o sindicalismo revolucionário como agente de mudança efetivas para nossa gente, sem representantes eleitos e partidos que só querem se dar bem sobre nossa gente.

No terreno do trabalho, acontece algo muito parecido. No Brasil, não há sindicalismo livre, todo sindicato para ser “oficial”, precisa ter aval do Estado e só pode haver um por categoria e todos os trabalhadores são obrigados a estarem ligados a um. A única liberdade do trabalhador brasileiro é escolher qual sindicato “oficial” se submete. Este sindicatos recolhem anualmente impostos sindicais de todos os trabalhadores, gerando uma receita enorme para seus cofres, e não precisam justificar seus gastos para ninguém, o que tornou ser um “sindicalista”, uma profissão de grande ganho econômico. Temos vários exemplos disso, o mais notório é o atual presidente, que foi um “sindicalista profissional” que galgou o poder através de um discurso sindicalista e populista. No seu governo, ampliou o controle do Estado e do seu partido e favoreceu o capital nacional e estrangeiro. Junto as camadas populares, criou programas assistencialistas que só maquiam a miséria.

Os sindicatos “oficiais” são corporativistas e não questionam a estrutura sindical que os mantém. A COB forma núcleos e seções sem nenhum reconhecimento do Estado, desafiando-o abertamente. Nos locais de trabalho mantemos presente a denuncia desse modelo sindicalista “oficial” que sustenta o sistema capitalista. Nas eleições para troca de diretorias sindicais, não montamos chapas e fazemos campanhas para o voto nulo e a consequente formação de comitês e sindicatos livres, formados legitimamente por meio de assembleias, promovendo o rompimento com o modelo totalitário sindical reinante no país.

E nisso desenvolvemos pequenos cadernos de informação e formação, trazendo tanto nossa história de luta e resistência, como explicando nossas propostas e praticas, atualmente temos material sobre os seguintes temas: Habitação, Transportes, Educação, Ecologia, Trabalho, Ação Direta, Comunismo Libertário (todos disponiveis no link: http://cob-ait.net. Foram editados também dois cadernos anarcossindicalistas: Táticas de Luta (inspirado no caderno de mesmo nome da CNTF-AIT) e Sindicalismo e Movimentos Sociais, que conta a história do anarcossindicalismo no Brasil e sua atualidade junto aos movimento sociais, como fator de união para a luta revolucionária.

Temos até, inspirados no modelo da CNTE-AIT, uma Plataforma Reivindicativa que exprime boa parte da luta que desenvolvemos e qual o sentido dela, que é a construção do Comunismo Libertário, do qual o anarcossindicalismo é imprescindível.

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