Esperando a nova,
A passagem
Para aquela rua.
Assim estava ela,
Parada a observar
Todo o movimento
No interior do choupo
Com orvalho no quintal.
Tímidas, ensaiavam as pessoas
Algum toque
e pequena prosa.
De que lado
O ruído ia se depositando,
Não sabia ela (nem eles)
Muito menos, de repente.
Mas era sempre do outro lado.
O som das vozes estava sempre mais além.
E o que diziam, não podia ela ouvir, estava longe.
O movimento, a sincronia morna no interior da casa ia rareando...
O orvalho, evaporando, deixava a prosa mais um pouco fria.
E, num instante, era tudo poema.
Sem rima, ao certo,
Com olhos sobre nós, com frio talvez.
Batimentos leves sobre a palidez dos dias.
Foi assim, diluindo velhas palavras,
Decompondo sentidos e costumes,
Que a nova casa apareceu
Entre todos os habitantes da cidade iluminados.
Sobre nós, a melodia e o verso pairam serenos
São desconhecidos, insustentáveis;
A vida e o código ainda pouco decifrados.
(Libertário)
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
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